Conta-se
que depois do dilúvio os homens resolveram construir uma torre que tocasse os
céus, pelo que tudo indica para se protegerem de outra grande enchente.
Entretanto, Deus teria interferido nesta empreitada, confundindo-os com línguas
diferentes. É esta a versão bíblica que explica o surgimento dos vários idiomas
do mundo.
“E
disseram: Eia, edifiquemos nós uma cidade e uma torre cujo cume toque nos céus,
e façamo-nos um nome, para que não sejamos espalhados sobre a face de toda a
terra. Então desceu o Senhor para ver a cidade e a torre que os filhos dos
homens edificavam; E o Senhor disse: Eis que o povo é um, e todos têm uma mesma
língua; e isto é o que começam a fazer; e agora, não haverá restrição para tudo
o que eles intentarem fazer. Eia, desçamos e confundamos ali a sua língua, para
que não entenda um a língua do outro. Assim o Senhor os espalhou dali sobre a
face de toda a terra; e cessaram de edificar a cidade. Por isso se chamou o seu
nome Babel, porquanto ali confundiu o Senhor a língua de toda a terra, e dali
os espalhou o Senhor sobre a face de toda a terra.” Gênesis 11:3a9
Mas não é
somente a Bíblia que narra este evento, há uma história na Mitologia suméria
chamada Enmerkar e o Senhor de Aratta, na qual os dois deuses rivais, Enki e
Enlil, acabam por confundir as línguas de toda a humanidade como efeito
colateral da sua discussão.
O Alcorão
também tem uma história semelhante, embora relate que a torre teria sido
construída no Egito, (Sura 28:38 e 40:36-37) o Faraó pede a Haman para lhe
construir uma torre de barro, chamada de Babil, para que ele possa subir até ao
céu e confrontar o Deus de Moisés.
No livro
“História dos Profetas e Reis” pelo historiador Muçulmano Tabari do século XIX
há também uma versão: Nimrod faz a torre ser construída em Babil, Alá
destrói-a, e a língua da humanidade, previamente o Siríaco, é então confundida
em 72 linguagens.
Histórias
semelhantes são encontradas em várias outras literaturas, inclusive na América
Central. Uma delas diz que Xelhua, um dos sete gigantes salvos do dilúvio,
construiu a Grande Pirâmide de Cholula para desafiar o Céu. Os deuses destruíram-no
com fogo e confundiram a linguagem dos construtores .
Todas
essas histórias são derivações de um acontecimento pré-adâmico, há
aproximadamente 150 mil anos, depois que a cidade planetária havia submergido e
os descendentes dos assessores do Príncipe se tornaram numerosos, “ocorreu aos
seus líderes que algo deveria ser feito para preservar a sua unidade racial.
Conseqüentemente, um conselho das tribos foi convocado e, depois de muito
deliberar, adotou-se o plano de Bablot, um descendente de Nod.”
“Bablot propôs edificar um templo pretensioso de glorificação racial no
centro do território então ocupado por eles. Esse templo devia ter uma torre
nunca vista em todo o mundo. Devia ser um memorial monumental da sua
grandiosidade momentânea. Havia muitos que queriam esse monumento erigido em
Dilmum, mas outros argumentavam que uma estrutura tão grande deveria ser
colocada a uma distância segura dos perigos do mar, lembrando-se das tradições
da submersão da sua primeira capital, Dalamátia.
“Bablot planejou os novos edifícios como sendo o núcleo do futuro centro
da cultura e da civilização noditas. O seu conselho finalmente prevaleceu e a
construção teve início de acordo com os seus planos. A nova cidade chamar-se-ia
Bablot, em honra ao arquiteto e construtor da torre. Esse local posteriormente
ficaria conhecido como Bablod e finalmente como Babel.
“Mas, de algum modo, os noditas estavam ainda divididos quanto aos
sentimentos em relação aos planos e propósitos desse empreendimento. Nem os
seus líderes estavam todos de acordo a respeito dos planos de construção, nem
sobre a finalidade das edificações depois que estivessem prontas. Após quatro
anos e meio de trabalho, adveio uma grande disputa a respeito do objetivo e do
motivo pelos quais se construía a torre. As contendas tornaram-se tão amargas
que todo o trabalho parou. Os carregadores de comida espalharam as novas sobre
as discussões e um grande número de tribos começou a amontoar-se no local da
construção. Três pontos de vista diferentes foram propostos sobre o propósito
da construção da torre:
“1. O grupo maior, de quase a metade, desejava ver a torre construída
como um memorial da história nodita e da sua superioridade racial. Eles achavam
que devia ser uma estrutura grande e imponente, que devia suscitar a admiração
de todas as gerações futuras.
“2. A segunda maior facção queria que a torre fosse destinada a
comemorar a cultura Dilmum. Eles previam que Bablot viesse a ser um grande
centro de comércio, de arte e de manufatura.
“3. O contingente menor e minoritário sustentava que a edificação da
torre representava uma oportunidade de redimir o desatino dos seus
progenitores, por haverem participado da rebelião de Caligástia. Eles
sustentavam que a torre deveria ser dedicada à adoração do Pai de todos, e que
todo o propósito da nova cidade deveria ser o de substituir a Dalamátia – de
funcionar como o centro cultural e religioso para os povos bárbaros vizinhos.
“O grupo religioso foi logo derrotado na votação. A maioria rejeitou a
doutrina de que os seus antepassados haviam sido culpados de rebeldia; esse
estigma racial ofendia-os. Havendo eliminado um dos três ângulos da disputa e
não havendo conseguido decidir-se entre os outros dois, por debate, eles
entraram em luta. Os religiosos, não combatentes, fugiram para as suas casas no
sul, ao passo que os seus companheiros lutaram até quase se aniquilar.
“Há cerca de doze mil anos, foi feita uma segunda tentativa de erigir a
torre de Babel. As raças miscigenadas dos anditas (os noditas e os adamitas)
propuseram-se levantar um novo templo sobre as ruínas da primeira estrutura,
mas não houve respaldo suficiente para o empreendimento; ele veio abaixo com o
peso da própria pretensão. Durante muito tempo, essa região ficou conhecida
como a terra de Babel.” O Livro de
Urântia, página 858-859
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